Melhor papel para desenho: Qual o ideal p/ sua técnica?

Fernanda Rossini
Fernanda Rossini
10 min. de leitura

Escolher o papel certo é tão importante quanto a técnica que você usa. Um papel inadequado pode arruinar um desenho, enquanto o ideal realça suas cores e traços. Este guia analisa os melhores papéis do mercado, detalhando a gramatura, textura e aplicação de cada um, para que você encontre a superfície perfeita para sua arte.

Gramatura e Textura: O que define um bom papel?

A gramatura, medida em gramas por metro quadrado (g/m²), define o peso e a espessura do papel. Papéis com baixa gramatura, entre 90 e 120 g/m², são indicados para esboços rápidos e estudos com materiais secos, como o grafite.

Gramaturas médias, de 180 a 220 g/m², oferecem mais resistência e são versáteis para técnicas secas detalhadas. Já as gramaturas altas, acima de 300 g/m², são essenciais para técnicas úmidas como a aquarela, pois sua espessura impede que a água enrugue ou danifique a folha.

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A textura da superfície também impacta diretamente o resultado final. Papéis lisos são perfeitos para trabalhos com caneta nanquim, marcadores e desenhos que exigem linhas precisas e detalhes finos.

Papéis com textura fina ou média são os mais populares para grafite e lápis de cor, pois a leve rugosidade ajuda a reter o pigmento, facilitando a criação de sombras e camadas. Por fim, papéis com textura rugosa são específicos para aquarela, criando efeitos de granulação e um visual mais expressivo.

Análise: 10 papéis para cada tipo de artista

1. CANSON Montval 300g/m²: Ideal para Aquarela

O Canson Montval é uma referência para aquarelistas. Sua alta gramatura de 300g/m² garante que o papel suporte múltiplas camadas de água e tinta sem ondular ou rasgar, um fator decisivo para a técnica.

A textura fina prensada a frio oferece um excelente equilíbrio: é suave o suficiente para permitir controle sobre os pigmentos, mas possui grão para criar efeitos de luz e sombra interessantes.

Essa característica o torna muito receptivo tanto a pinceladas detalhadas quanto a lavagens amplas de cor.

Este papel para aquarela é a escolha perfeita para artistas de nível intermediário a profissional que buscam um resultado consistente. Se você precisa de uma superfície que perdoa correções, permitindo levantar a tinta com um pincel úmido sem esfarelar, o Montval entrega essa segurança.

É um papel que eleva a qualidade do trabalho, oferecendo uma brancura natural que valoriza a vivacidade das cores.

Prós
  • Alta gramatura (300g/m²) que previne ondulações
  • Excelente absorção e resistência à água
  • Permite a remoção de pigmento para correções
  • Textura fina versátil para diversas abordagens de aquarela
Contras
  • Custo mais elevado em comparação com linhas estudantis
  • A textura pode não agradar quem busca efeitos de granulação muito intensos

2. CANSON Universitário 300g/m²: Aquarela com bom custo

A linha Universitário da Canson democratiza o acesso a técnicas úmidas. Com a mesma gramatura de 300g/m² de papéis profissionais, este bloco oferece o suporte necessário para praticar aquarela, guache ou nanquim aguado sem se preocupar com o custo.

A superfície tem uma textura leve que segura bem a tinta, permitindo que iniciantes experimentem misturas de cores e controle da água de forma eficaz.

Para estudantes de artes ou entusiastas que estão começando na aquarela, este bloco tem um custo-benefício imbatível. É o papel ideal para horas de prática, testes de composição e exercícios técnicos.

Se o seu objetivo é desenvolver suas habilidades sem investir um valor alto em material, o Canson Universitário é a opção mais inteligente do mercado.

Prós
  • Preço muito competitivo para um papel de 300g/m²
  • Ideal para estudos, práticas e esboços com aquarela
  • Suporta bem a umidade para um papel de entrada
Contras
  • A qualidade do papel é inferior à das linhas profissionais, podendo esfarelar com excesso de correções
  • A absorção da água é mais rápida, dificultando algumas técnicas de molhado sobre molhado

3. CANSON C à Grain 180g/m²: Textura para Técnicas Secas

Este é um papel clássico e extremamente versátil para técnicas secas. A gramatura de 180g/m² confere uma ótima rigidez à folha, evitando que ela amasse durante o trabalho. Seu principal diferencial é a textura levemente granulada, que foi projetada para reter partículas de grafite, carvão e pastel.

Isso permite construir camadas de sombra com profundidade e alcançar tons escuros intensos.

Artistas que se dedicam ao desenho realista com grafite encontrarão no C à Grain a superfície ideal. A textura ajuda a criar gradientes suaves e detalhados. Ele também é uma escolha excelente para quem trabalha com lápis de cor, pois o grão do papel facilita a aplicação de múltiplas camadas de pigmento, permitindo misturas ricas e complexas diretamente na folha.

Prós
  • Textura granulada ideal para sombreamento com grafite
  • Gramatura resistente que suporta pressão e borracha
  • Versátil para diversas técnicas secas, como carvão e lápis de cor
Contras
  • Totalmente inadequado para técnicas úmidas, pois a água causa ondulação imediata
  • A textura pode ser aparente demais para quem busca um acabamento hiper-realista e liso

4. CANSON Tecnica 200g/m²: Para Desenho Técnico e Nanquim

O papel do bloco Técnica se destaca por sua brancura e superfície extremamente lisa. Com 200g/m², ele é robusto o suficiente para evitar que a tinta nanquim ou de marcadores atravesse para o verso.

A ausência de textura é fundamental para o uso de canetas técnicas, pois permite que a ponta deslize sem interrupções, resultando em traços contínuos e precisos.

Este papel é a escolha definitiva para arquitetos, designers, ilustradores e quadrinistas que utilizam nanquim e marcadores. Se o seu trabalho exige linhas limpas, hachuras exatas e preenchimentos uniformes, a superfície deste papel layout garante um acabamento profissional.

Ele evita o chamado "feathering", que é quando a tinta se espalha pelas fibras do papel.

Prós
  • Superfície extra lisa, perfeita para nanquim e marcadores
  • Alta brancura que realça a fidelidade das cores
  • Boa gramatura (200g/m²) que previne vazamentos de tinta
Contras
  • A lisura excessiva dificulta o trabalho com grafite para sombreamento
  • Não é indicado para nenhuma técnica que envolva água

5. Sketchbook Canson ArTBook One: Para Esboços Diários

O ArTBook One foi concebido para ser o companheiro inseparável do artista. Sua capa dura preta é resistente e protege os desenhos, enquanto o papel de 100g/m² oferece uma superfície adequada para esboços rápidos com lápis, caneta esferográfica ou canetas de ponta porosa.

A grande quantidade de folhas faz dele um excelente diário visual para registrar ideias e praticar o traço.

Este sketchbook é perfeito para quem pratica o desenho todos os dias e precisa de um caderno confiável para levar na mochila. Para urban sketchers, estudantes e qualquer pessoa que queira ter um espaço sempre disponível para criar, a combinação de durabilidade, quantidade de páginas e preço acessível do ArTBook One o torna uma das melhores opções do mercado.

Prós
  • Ótimo custo-benefício e grande número de páginas
  • Capa dura resistente que protege o conteúdo
  • Ideal para esboços diários e anotações visuais
Contras
  • A gramatura de 100g/m² não suporta marcadores à base de álcool, pois a tinta vaza para o verso
  • O papel amassa com facilidade se for apagado com muita força

6. Bloco Canson Layout Liso 180g/m²: Perfeito para Marcadores

Desenvolvido com uma finalidade específica, o papel Layout da Canson atende às necessidades de quem trabalha com marcadores. A superfície lisa e o tratamento do papel garantem que a tinta à base de álcool deslize de forma uniforme, sem se espalhar.

A gramatura de 180g/m² oferece uma barreira mais eficaz contra o vazamento de tinta quando comparado a papéis mais finos.

Para ilustradores, designers de produto e artistas de concept art que usam marcadores como sua principal ferramenta, este papel é indispensável. Ele permite a sobreposição de cores para criar gradientes e sombras sem saturar e danificar as fibras do papel.

O resultado são cores vibrantes com um acabamento limpo e profissional.

Prós
  • Superfície lisa otimizada para marcadores
  • Previne o sangramento (bleeding) da tinta para o verso
  • Facilita a mistura de cores e a criação de gradientes suaves
Contras
  • Não é um papel versátil, sendo inadequado para técnicas secas como o carvão
  • Ainda pode apresentar alguma transparência com cores muito escuras

7. Papel Jandaia Creme 140g/m²: Tonalidade Diferenciada

O bloco da Jandaia com papel creme é uma alternativa excelente ao branco tradicional. A tonalidade suave, próxima ao marfim, confere um aspecto clássico e elegante aos desenhos. Com 140g/m², ele tem uma boa espessura para técnicas secas, como grafite, carvão, sanguínea e sépia.

O tom do papel funciona como um meio-tom natural, valorizando tanto as sombras quanto os pontos de luz.

Este papel é ideal para artistas que buscam um fundo diferenciado para seus retratos, estudos de anatomia ou sketches de paisagem. Se você gosta de trabalhar com realces usando lápis branco ou pastel, a cor creme do papel faz com que as luzes se destaquem de forma impressionante.

É uma escolha de ótimo custo-benefício para quem quer dar um toque especial ao portfólio.

Prós
  • Tonalidade creme que confere um visual sofisticado
  • Excelente para desenhos com realce de luz usando lápis branco
  • Bom custo-benefício para um papel especial
Contras
  • A gramatura de 140g/m² não é suficiente para técnicas úmidas
  • A cor do papel pode interferir na percepção de algumas cores de lápis

8. Daler Rowney Simply Sketchbook A5: Portabilidade Total

A linha Simply da Daler Rowney foca em praticidade e custo-benefício, e este sketchbook A5 é um ótimo exemplo. Seu formato compacto e a encadernação em espiral o tornam perfeito para o uso em trânsito.

A espiral permite que o caderno seja dobrado sobre si mesmo, ocupando menos espaço e fornecendo uma superfície firme para desenhar. O papel de 100g/m² possui uma textura suave, adequada para esboços com lápis e canetas.

Para artistas que desenham no transporte público, em cafés ou durante viagens, este sketchbook é a escolha certa. Se você valoriza a portabilidade e a facilidade de manuseio acima de tudo, o tamanho A5 e a espiral fazem toda a diferença.

É um companheiro prático para não deixar nenhuma ideia escapar.

Prós
  • Tamanho A5 compacto e fácil de transportar
  • Encadernação em espiral que facilita o uso em qualquer lugar
  • Preço acessível para um sketchbook de marca
Contras
  • O papel fino de 100g/m² é propenso a amassar e não suporta marcadores
  • A espiral pode atrapalhar ao desenhar em página dupla

9. Bloco de Desenho Canson A5 140g: O Básico Versátil

Este é o bloco de desenho fundamental, o ponto de partida para muitos artistas. Com uma gramatura de 140g/m², ele é notavelmente superior ao papel sulfite comum, oferecendo mais resistência à pressão do lápis e ao uso da borracha.

A superfície possui uma textura muito sutil, que funciona bem para estudos com lápis grafite, lápis de cor e giz pastel.

Para crianças, adolescentes e qualquer pessoa que esteja dando os primeiros passos no mundo do desenho, este bloco é perfeito. O formato A5 é ótimo para práticas rápidas e o preço é extremamente acessível.

É o material ideal para se familiarizar com os fundamentos do desenho, como luz, sombra e proporção, sem o receio de desperdiçar um papel caro.

Prós
  • Preço muito acessível, ideal para iniciantes
  • Versátil para estudos com diversas técnicas secas
  • Gramatura superior ao sulfite, mais resistente
Contras
  • A textura é pouco pronunciada para trabalhos avançados com grafite
  • Não é livre de ácido, podendo amarelar com o tempo

10. CANSON Papel Vegetal: Essencial para Transferências

Mais do que um suporte, o papel vegetal é uma ferramenta crucial no processo de criação. Sua principal característica é a alta transparência, que permite sobrepor o papel a um esboço e traçar as linhas com precisão.

A versão da Canson, com 90g/m², oferece um ótimo equilíbrio entre translucidez e resistência, evitando rasgos durante o manuseio.

Este papel é indispensável para ilustradores que precisam refinar um rascunho, tatuadores que criam seus estênceis ou arquitetos que trabalham com plantas baixas. Se o seu processo envolve transferir um desenho de uma superfície para outra, como de um sketchbook para um papel de aquarela, o papel vegetal economiza tempo e garante a fidelidade ao desenho original.

Prós
  • Alta transparência para decalque e transferência de desenhos
  • Superfície lisa que aceita bem lápis e nanquim
  • Gramatura resistente que minimiza o risco de rasgar
Contras
  • Não serve como suporte para a obra final
  • Pode ser escorregadio e difícil de manter no lugar sem fita adesiva

Lápis vs. Marcador: Qual papel usar para cada um?

Para lápis, seja grafite, de cor ou carvão, o ideal é um papel com alguma textura. Superfícies como a do Canson C à Grain ajudam a "agarrar" os pigmentos, permitindo que você construa camadas de cor e sombreamento com mais facilidade.

Uma gramatura a partir de 120 g/m² já oferece um bom suporte, mas 180 g/m² ou mais resistem melhor ao uso intenso da borracha.

Já os marcadores, principalmente os à base de álcool, exigem o oposto: um papel muito liso. A lisura impede que a tinta se espalhe de forma descontrolada e danifique as pontas da caneta.

Papéis do tipo layout, como o Canson Técnica, são tratados para evitar que a tinta sangre para o verso. Procure por gramaturas de no mínimo 180 g/m² para garantir os melhores resultados.

Canson, Daler Rowney e Jandaia: Entenda as marcas

A Canson é uma marca francesa com séculos de tradição, sendo uma referência global em papéis artísticos. Ela oferece um portfólio vasto que vai desde a linha estudantil, como a Universitário, até papéis profissionais de altíssima qualidade, como o Montval para aquarela e o Mi-Teintes para pastel.

É uma escolha segura pela consistência e variedade.

A Daler Rowney é uma marca britânica igualmente tradicional, conhecida por sua ampla gama de materiais de arte. Na área de papéis, sua linha Simply se destaca pelo bom custo-benefício, oferecendo sketchbooks funcionais e práticos para estudantes e artistas que buscam materiais de qualidade para o dia a dia.

A Jandaia é uma marca brasileira, muito forte no mercado de cadernos escolares. No segmento artístico, ela se posiciona com produtos de bom custo-benefício, como o bloco de papel creme.

É uma ótima alternativa para artistas que procuram materiais diferentes para estudo sem um grande investimento financeiro.

Como escolher o tamanho de papel ideal (A5, A4, A3)

  • A5 (14,8 x 21 cm): Perfeito para sketchbooks portáteis, estudos rápidos e desenhos pequenos. Fácil de carregar e ideal para quem desenha fora de casa.
  • A4 (21 x 29,7 cm): O tamanho mais comum e versátil. É grande o suficiente para trabalhos detalhados, mas ainda fácil de manusear e escanear. Ideal para a maioria dos projetos, de retratos a ilustrações.
  • A3 (29,7 x 42 cm): Usado para desenhos maiores, pôsteres ou trabalhos que exigem mais espaço para detalhes e gestos amplos. É a escolha de artistas que trabalham em grande escala e precisam de uma área de trabalho expansiva.

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